Como os algoritmos moldam o mundo ? 🤔
- 4 mins“We live in a world run by algorithms, computer programs that make decisions or solve problems for us. In this riveting, funny talk, Kevin Slavin shows how modern algorithms determine stock prices, espionage tactics, even the movies you watch. But, he asks: If we depend on complex algorithms to manage our daily decisions – when do we start to lose control?” - Kevin Slavin (TED Global 2011)
- SLAVIN, Kevin. “How algorithms shape our world”. Edinburgh: TedGlobal, Julho 2011. Disponível em: http://www.ted.com/talks/kevin_slavin_how_algorithms_shape_our_world. Acesso em: 28 maio 2015.
A apresentação acima aborda um tema muito importante para o momento atual da sociedade: a grande dependência das pessoas aos algoritmos (códigos de computadores). É quase impossível encontrar alguém, ou alguma atividade que não esteja, direta ou indiretamente, ligada a máquinas computacionais (computadores, smartphones, tablets e etc.) e consequentemente a vários tipos de algoritmos.
Kevin Slavin, um empreendedor norte americano, apresenta, através de vários exemplos, como os algoritmos impactam e moldam o mundo em que vivemos. Em boa parte da apresentação, extremamente bem preparada diga-se de passagem, são utilizadas metáforas, fatos e situações reais vividas pelo autor como embasamento para a exposição de sua preocupação na forma com que a matemática contemporânea é utilizada para a construção dos algoritmos atuais.
Kevin justifica seus insights através de uma conversa que teve com um físico Húngaro, durante um vôo transatlântico, que o explicou um pouco sobre as negociações algorítmicas presentes na bolsa de Wall Street. Essas negociações “algorítmicas” são compras e vendas de ações realizadas de forma automática, por diversos algoritmos de investidores. Segundo Kevin, em 2011, 70% do mercado de ações dos Estados Unidos era controlado, exclusivamente, por algoritmos, sem nenhuma intervenção humana. Devido a essa falta de supervisão, em 2010, 9% do mercado inteiro de ações simplesmente desapareceu por 5 minutos, sem que ninguém tivesse ordenado. Além desse fato, erros na exibição de preços de produtos no site da Amazon, como um livro que chegou a custar 23,6 milhões de dólares (além das taxas de envio) são fatos que ilustram os algoritmos ilegíveis que estão sendo desenvolvidos. Algoritmos evidentemente em conflitos, trancados em loops entre si, sem nenhuma supervisão, incapazes de entender que 23,6 milhões de dólares é um valor bem alto para um simples livro.
Durante a apresentação, são discutidos ainda mais 4 exemplos de algoritmos não supervisionados, aos quais estamos em contato diariamente. O mais interessante sobre os algoritmos apresentados pelo autor, é que estes estão presentes em atividades tão comuns em nossa rotina, que muitas vezes nem paramos para pensar em como tais atividades estão sendo realizadas.
O primeiro deles, “Pragmatic Chaos” é um algoritmo utilizado pelo Netflix para determinar, através do histórico, quais filmes serão mais relevante para um dado cliente. O segundo, diz respeito a um algoritmo da empresa Epagogix que promete analisar um script de um filme e predizer qual será sua renda em bilheteria no momento do lançamento. Já o terceiro exemplo, apresenta duas versões de um algoritmo para controlar um robô de limpeza doméstica. Após analisados através de uma câmera é possível perceber uma grande diferença entre as duas versões. Por fim o autor utiliza o exemplo de elevadores com controle de destino (sem interferência do usuário), segundo ele este é um exemplo que assusta as pessoas porque não existe nenhum tipo de interação entre o usuário e a máquina.
Até este ponto todo o raciocínio do apresentador é muito linear e de fácil entendimento. Sua argumentação, comprovada por inúmeros exemplos, é de que estamos escrevendo algoritmos “ilegíveis”, que funcionam de forma não supervisionados em várias escalas, que vão desde um simples limpador doméstico, até o coração do mercado financeiro mundial.
Entretanto, após defender seu ponto de vista, Kevin começa a falar sobre o quão sensível são os algoritmos em relação ao tempo. Ele apresenta ainda algumas análise sobre como a proximidade com os servidores de internet podem modificar os algoritmos financeiros por exemplo. Confesso que toda essa discussão sobre tempo me pareceu um pouco dispersa e desconexa do tema principal, mas de toda forma, serve como mais um exemplo de reflexão sobre outro aspecto que, muitas vezes, ignoramos no momento da criação de um algoritmo.
Para finalizar Kevin faz uma relação, que na minha opinião, apesar de sutil é muito pertinente, sobre nosso futuro. Segundo ele todos esses algoritmos que estamos construindo hoje de maneira desordenada e desenfreada, sem nos preocuparmos com seus efeitos colaterais serão a terceira força responsável pelo nosso processo evolucionário. Além das já conhecidas: intervenções humanas e as forças da natureza estes algoritmos serão, no futuro, também encarados como forças naturais incontroláveis.
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